Porto Alegre, 14/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - Mais de 620 mil pares de sapatos brasileiros estão retidos nas aduanas da fronteira com a Argentina, em conseqüência das exigências de importação adotadas desde o dia 1º pelo governo daquele país – a licença não-automática.

Cálculos da Associação Brasileira da Indústria do Calçados (Abicalçados) revelam que mais de US$ 5 milhões em calçados estão retidos na fronteira e também em Buenos Aires, e não chegam aos lojistas. Milhares de pares que já deveriam ter sido embarcados também aguardam, nas fabricas gaúchas e paulistas, que o governo argentino responda à solicitação da Abicalçados, de prazo de 60 dias para o ajuste à nova exigência de concessão da licença não-automática .

O diretor da associação, Rogério Dreyer, afirma que "a preocupação nem é tanta com o volume de pares retidos, mas com o fato em si, o posicionamento radical dos argentinos". E lembra que durante as negociações "nunca eles cogitaram de criar esse tipo de embaraço". Antes da entrada em vigor da medida, explica, "a solicitação de exportação era automática, meramente formal, mais para controle estatístico, mas agora é preciso encaminhar o requerimento especificando a carga, que tem prazo de até 60 dias para deferimento". Sem a licença, as cargas ficam retidas.

A Abicalçados informa que já encaminhou documento ao secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ivan Ramalho, pedindo providências.

No ano passado, entraram na Argentina 15,3 milhões de pares de sapatos brasileiros. Só no primeiro semestre deste ano, o Brasil já vendeu àquele país 6,5 milhões de pares.