Pequenas refinarias terão que investir para processar óleo pesado, afirma presidente da Petrobras

13/09/2005 - 8h04

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - As pequenas refinarias privadas que não investirem na adaptação de suas instalações para processar petróleo pesado terão que operar com reduzida margem de lucro. A afirmação foi feita pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, em palestra, ontem (12) no Rio, durante o seminário A Estratégia Brasileira para o Setor de Petróleo e Gás.

Para os especialistas, Gabrielli deu um recado às refinarias brasileiras Ipiranga e Manguinhos, que enfrentam dificuldades em razão do preço do petróleo no mercado internacional. Ao final da palestra, Gabrielli esclareceu que analisava a situação das refinarias independentes norte-americanas, que hoje, em sua maior parte, operam com pequena margem de lucro.

"A diferença entre o óleo pesado e o óleo leve nos Estados Unidos encontra-se hoje na casa dos US$ 10 a US$ 12. É uma diferença muito grande e que prejudica sem dúvida as refinarias que só operam petróleo pesado. Para resolver isso, é necessário investimento", afirmou. Gabrielli alertou sobre o fato de que essa adaptação exige investimentos. "É preciso tirar parte dos ganhos", disse.

Ele citou a própria Petrobras, que hoje processa 80% do petróleo nacional em suas unidades do parque de refino e deverá chegar a 2010 processando 90% do óleo nacional. "Para que isto ocorra, no entanto, estamos investindo US$ 8 bilhões até 2010 – mais de 40% dos quais na melhoria da qualidade dos nossos produtos e outros 20% na adequação do parque de refino", garantiu.