Marcha em praia do Rio lembra cinco anos da criação das Metas do Milênio

09/09/2005 - 9h13

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - No próximo dia 14, a Organização das Nações Unidas realiza assembléia geral para avaliar os cinco anos da definição das Metas do Milênio, uma série de compromissos aprovados por líderes de 191 países membros das Nações Unidas, na Cúpula do Milênio, realizada em Nova York em setembro de 2000.

Para chamar a atenção da sociedade para essas questões, 75 países promovem manifestações amanhã (10), quatro dias antes da Assembléia Geral da ONU em que serão analisados os cinco anos das Metas do Milênio. No Brasil, está prevista uma marcha na Praia de Ipanema, no Rio, onde serão distribuídas cinco mil pulseiras brancas com a inscrição "Chamada Global Contra a Pobreza".

"A gente espera, com isso, chamar a atenção dos governantes que estarão reunidos nas Nações Unidas, na semana seguinte, e também pressionar os nossos representantes que irão para a assembléia. Queremos dizer que o combate à pobreza não é só uma preocupação da sociedade brasileira, mas uma preocupação mundial e queremos fazer com que os governos cumpram com suas promessas". A afirmação é da cientista social Fernanda de Carvalho, uma das coordenadoras do movimento internacional Chamada Global de Ação contra a Pobreza, criado no Fórum Social Mundial deste ano.

Para ela, o Brasil já avançou na oferta de educação e saúde para as camadas mais pobres da população, mas ainda há muito o que fazer. "Na educação e na saúde, apesar da ampliação do acesso, ainda se tem um problema seriíssimo de qualidade", disse.

Fernanda também explicou que há muita desigualdade na remuneração entre homens e mulheres e poucos avanços no controle da mortalidade infantil. "Na questão da erradicação da pobreza e das desigualdades, se o Brasil continuar avançando no ritmo que vem avançando desde o ano 2000, nós certamente não vamos eliminar a pobreza neste século", afirmou a cientista social.

Segundo ela, o problema não é exclusivamente brasileiro. No ano 2000, líderes de vários países se reuniram em Nova York e estabeleceram oito Metas do Milênio, entre as quais a erradicação da pobreza e da fome, mas hoje, cinco anos depois, pouco foi conseguido nos países mais pobres, como os da América Latina e da África.