Educação ainda não se tornou uma "causa nacional", diz Haddad

09/09/2005 - 12h14

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A educação ainda não se tornou uma "causa nacional", segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista em rede nacional de rádio coordenada pela Radiobrás. Segundo ele, o Brasil teve algumas "ondas cívicas" importantes, como na democratização e na estabilização econômica, mas falta um terceiro desafio: educar o povo. "Isso irá consolidar as conquistas da primeira e da segunda onda cívica".

Ele defende que essa causa "deve ser uma causa de todos e com uma agenda de médio e longo prazo". Na avaliação de Haddad, a educação não se resolve num curto prazo. "O país tem de estar envolvido com a causa educacional e três, quatro ou cinco governos sucessivamente devem direcionar a atenção, recursos e ações específicas para a área educacional, para que ao longo de uma geração possamos superar esse enorme desafio", afirmou ele.

Sobre as políticas do Ministério da Educação (MEC), para as regiões mais isoladas do país, Haddad disse que uma das providências é tornar concreto o conteúdo do artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases, que regulamenta a educação no país e trata justamente da educação a distância. "Isso vai ajudar muitas regiões como a Amazônia, mas, eu não apostaria todas as fichas, evidentemente, na educação a distância", afirmou ele ao apontar que, no caso do ensino médio, há um problema crônico no país não específico na Amazônia.

Nesse sentido, disse: "o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta de emenda constitucional substituindo o Fundo de Ensino Fundamental por um fundo que reúna toda a educação básica e que visa cobrir a pré-escola e o ensino médio, agregando aos oito anos do ensino fundamental mais seis anos". Segundo Haddad, isso vai viabilizar o ensino médio em regiões onde ele não está estruturado.