Semanas Sociais Brasileiras também promoveram surgimento do Grito

04/09/2005 - 12h44

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Movimento Nacional do Grito dos Excluídos nasceu também de outro movimento, o da Semana Social Brasileira, iniciado em 1994, conforme contou Ari Alberti, membro da Coordenação Nacional do Grito, à Agência Brasil.

A Semana Social Brasileira (SSB) é um encontro nacional para discussão dos problemas do país, vistos sob a ótica da cidadania. "Não se trata de tentar criar uma plataforma de trabalho, mas dez, 15 propostas de construção de um projeto popular para o Brasil e que orientem as ações das organizações, das dioceses e comunidades", explica Alberti. "Cada semana reúne cinco mil, seis mil pessoas. Neste ano tentaremos reunir até 10 mil, se tivermos recursos."

Ari Alberti diz que apesar do nome, que remete à realização do encontro nacional com duração de sete dias, "cada semana demanda anos de trabalho prévio, discussões e preparação". A 1ª SSB foi preparada ao longo de 1991 e ocorreu em novembro, em Brasília. Já a 2ª SSB teve início em 1993, com várias Semanas Regionais no país, e se estendeu até julho de 1994, quando a reunião nacional foi realizada em Luziânia. Foi na 2ª SSB que nasceu a proposta e a organização do Grito dos Excluídos, concretizado em 1995 e que acontece, este ano, em sua 11ª versão.

A 3ª SSB se estendeu por três anos, de 1997 a 1999, pois preparou as celebrações do Jubileu de 2000 anos do Cristianismo. Ela foi centrada em discussões de resgate da dívida social no Brasil. Segundo documento histórico do site do movimento (www.semanasocialbrasileira.org.br), em 1998, "o evento representou o ponto de convergência de todos os debates recolhidos a partir das 180 Semanas Sociais acontecidas em todo o Brasil".

Em função da organização do jubileu do segundo milênio, a 3ª SSB se estendeu ao longo do ano seguinte à realização de seu evento nacional.