Movimento de excluídos nasceu na Campanha da Fraternidade

04/09/2005 - 11h43

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A organização do Grito dos Excluídos, que inicia jornadas nacionais no país amanhã (5), surgiu em 1994, um ano antes de sua primeira realização. Sua proposta inicial era ser uma extensão da Campanha da Fraternidade, promovida anualmente durante a Quaresma pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Grito também tinha o objetivo de somar forças à 2ª Semana Social Brasileira, que teve como tema Brasil – Alternativas e Protagonistas.

Segundo a secretaria nacional do movimento, "o Grito foi concebido para ser um processo de construção coletiva, um mutirão que reúne diferentes organizações de atuação social. O movimento pretende mobilizar a população com três objetivos: "denunciar o modelo político e econômico que concentra riqueza e renda e condena milhões à exclusão social; tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos; propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos". A partir de 1999, o movimento se estendeu aos demais países da América Latina, com celebração em 12 de outubro, feriado nas três Américas.

Ao Grito, aproximou-se a Romaria dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, iniciada em 1988 pelas Pastorais Operárias de São Paulo e Rio de Janeiro e que hoje congrega pastorais de outros estados. Este ano, os organizadores da 18ª Romaria estimam levar até a Catedral Basílica de Aparecida do Norte (SP) cerca de 100 mil trabalhadores, com o lema "Negra Mãe Aparecida, em defesa da vida, chama essa gente sofrida". A romaria anual até Aparecida faz do Grito, nessa cidade, uma das grandes manifestações no país.