Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O manifesto do Grito dos Excluídos, movimento que começa amanhã (5) em cidades de todo o país e tem seu ápice nas comemorações do Dia da Independência, pede "mudanças profundas na economia e na política". Ele deverá ser lido em todas as celebrações do grito, que este ano tem o lema "Em nossas mãos a mudança".
Após destacar na abertura que "cerca de 20 milhões de famílias, ou seja, 82 milhões de pessoas pobres vive com menos de dois salários mínimos mensais", o manifesto crítica a manutenção da política de superávit primário e as altas taxas de juros e afirma que "esse modelo econômico não tem futuro para o nosso povo".
O manifesto ainda aborda a crise política e afirma que "o povo não acredita mais na maioria dos políticos e este não têm legitimidade para representá-lo. O povo brasileiro vive um misto de tristeza e decepção diante da situação de nosso país. A nação brasileira não pode continuar neste impasse". O documento enumera quatro propostas, apresentadas como "grandes desafios": mudança do modelo econômico; programa emergencial para superação da miséria; reforma política "profunda e radical"; e restauração da soberania nacional.
O manifesto é assinado pelas organizações Via Campesina-Brasil; Grito dos Excluídos; Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS); Rede Jubileu Sul – Campanha Brasileira contra a Área de Livre Comércio das Américas; Conferência dos Religiosos do Brasil (CBR); 4a Semana Social Brasileira (SSB); Marcha Mundial de Mulheres (MMM); Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic); Coordenadoria Ecumênica de Serviços (Cese); e Fórum Nacional Pela Reforma Agrária.