Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi uma surpresa, segundo o economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Ele afirma que trabalhava com a estimativa de crescimento entre 1% e 1,2% no segundo trimestre – menos que o 1,4% divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Oliveira disse que esperava um resultado menor por causa dos juros altos e da crise política. "Isso acaba afetando o nível de investimento, de intenção de compra. Ou seja, o consumidor fica receoso. Houve surpresa positiva tendo em vista que, mesmo num quadro desses, o PIB ainda apresenta crescimento", considerou.
O economista ainda espera para o ano um crescimento do PIB em torno de 3%. "Por conta da política de juros altos acabamos revendo a expectativa de crescimento de 5%, prevista no início do ano. Acreditamos que o ano não deva crescer os 3,4% acumulados no semestre, mas algo próximo de 3%. A situação no segundo semestre vai depender de o Banco Central começar a reduzir os juros para tentar salvar o Natal", disse.
Miguel Oliveira compara o crescimento do PIB brasileiro com o de outros países e o considera abaixo das pretensões. "A economia do mundo inteiro está surpreendendo positivamente, está crescendo. Se você pegar a média de crescimento dos países emergentes, passa de 6%. A Argentina está crescendo 7,5%, a China está crescendo 9,5%. Não é um crescimento para se sair comemorando, porque está muito abaixo do de outros países emergentes", afirmou.