Instituições são fortes e preparadas para absorver e superar crise, avalia ministro da Justiça

31/08/2005 - 14h48

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que as instituições brasileiras têm condições de absorver a crise política que o país atravessa. "No Congresso Nacional, no Poder Executivo, no Poder Judiciário, o que se percebe é isso. Hoje não se pensa em soluções extralegais. As instituições são suficientemente fortes e preparadas exatamente para absorver, metabolizar e superar essa crise", disse.

Thomaz Bastos deu a declaração em entrevista à imprensa, após participar de solenidade, no Ministério da Justiça, em que o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual apresentou o primeiro relatório sobre suas atividades.

Em relação ao trabalho das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), o ministro disse estar confiante de que "o Congresso Nacional vai cumprir o seu dever, de modo que a gente transforme essa crise, para usar um lugar comum, do ideograma chinês, numa oportunidade de mostrar que as instituições funcionam, que as instituições independem da virtude dos homens, que elas podem ajudar a República a caminhar para frente".

Thomaz Bastos também destacou a importância do trabalho da Polícia Federal na investigação das denúncias de corrupção. "A Polícia Federal está trabalhando com muita força, fazendo inquéritos que já se encontram adiantados", disse ele. "Ainda ontem a CPI visitou a Polícia Federal para solicitar um pouco de colaboração, que está sendo dada, nós temos vários delegados designados, e eu acredito que tenhamos condição de efetivamente apurar tudo e punir as pessoas que mereçam punição."

Ontem (30), a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e os deputados Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Ônyx Lorenzoni (PFL-RS), integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, estiveram na Polícia Federal para discutir formas de contribuição conjunta para as investigações.

O ministro chamou a atenção para a diferença entre o julgamento dos envolvidos nas denúncias, nas esferas do Legislativo e do Judiciário. "Uma coisa é o julgamento do Poder Judiciário, que é o julgamento daqueles crimes eventualmente cometidos, outra coisa é o julgamento político do Congresso Nacional, que é um julgamento mais aberto e que leva em conta valores, perspectivas que a justiça do Poder Judiciário não deve levar", observou.