Escola de Saúde Pública lança campanha contra violência para marcar 51 anos de criação

31/08/2005 - 12h34

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil

Rio - O combate à violência como proposta de criação de uma agenda positiva de cidadania foi o tema escolhido pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) para comemorar hoje (31) os seus 51 anos de fundação. A unidade da Fundação Oswaldo Cruz lançou a campanha Diga Sim para a Vida, que mobilizará todas as instituições vinculadas ao Complexo de Manguinhos para trabalhar pela vitória da proibição da venda de armas no referendo do dia 23 de outubro.

O diretor da ENSP, Antonio Ivo de Carvalho, explicou que a adesão à campanha de todas as unidades da Fiocruz pelo Sim no referendo é também uma jornada de luta em favor da saúde pública, envolvendo professores, pesquisadores, alunos e moradores da comunidade de Manguinhos, para onde está direcionado o letreiro luminoso instalado na fachada do prédio da escola, com a frase Diga Sim.

"A violência é uma das principais causadoras de sofrimento, de incapacidade e de morte na população, hoje. Em adulto jovem é a principal causa de morte. A Fiocruz não pode ficar neutra. Ela defende, precisa lutar pela paz, como forma de realizar seu principal objetivo", afirmou Carvalho.

Segundo ele, a violência exige um grande investimento. Carvalho citou dados do Sistema Único de Saúde que apontam gastos de R$ 130 milhões em 2002 no tratamento de pessoas feridas por armas de fogo no país. "Se você adicionar a isso as horas de trabalho produtivo perdido, poderá dimensionar o quanto o problema consome em termos de possibilidade de gerar bem estar à população".

Vinculada ao Ministério da Saúde, a ENSP surgiu como casa de ciência e de formação de pessoal e é considerada o principal celeiro de sanitaristas do país. Sob a liderança do médico Sérgio Arouca (morto em 2003), a instituição teve papel importante na proposta de Reforma Sanitária que resultou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS).