Entenda porque os fundos de pensão estão sendo investigados pela CPI dos Correios

31/08/2005 - 16h55

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios está ouvindo hoje (31) os diretores de três fundos de pensão: Petros (dos funcionários da Petrobrás), Funcef (dos servidores da Caixa Econômica Federal) e Previ (dos trabalhadores do Banco do Brasil). A CPMI também investiga as contas de outros fundos de pensão, que tiveram seus sigilos bancários quebrados: Geap (dos servidores da administração pública direta), Real Grandeza (Furnas), Postalis (Correios), Centrus (Banco Central), Serpros (Serpro), Portus (companhias Docas) e Eletros (Eletrobrás).

A CPI pediu a quebra dos sigilos bancários especificamente de dados referentes aos investimentos nos bancos BMG e Rural – nos quais o empresário Marcos Valério de Souza tinha conta. Dessas contas, foram feitos saques por parlamentares ou assessores, que estão sendo investigados pela CPMI.

Com a quebra dos sigilos, os parlamentares querem verificar se os fundos realizaram algum investimento nesses bancos, o que poderia ser uma forma de recompensa pelos pagamentos feitos por Marcos Valério.

Na semana passada, quando depuseram a portas fechadas na CPI da Compra de Votos, os dirigentes dos fundos de pensão Petros, Previ e Funcef falaram sobre as aplicações dos fundos nos bancos BMG e Rural.

O único que afirmou possuir recursos investidos nos bancos foi o fundo de Pensão Petros, da Petrobrás. O presidente da instituição, Wagner Oliveira, informou que a Petros tem R$ 90,4 milhões aplicados no Banco BMG e R$ 5,5 milhões no Banco Rural. Segundo ele, as aplicações são feitas desde 1995 e representam 0,4% do patrimônio da empresa, que é de R$ 25 bilhões.

Os representantes dos demais fundos disseram que não possuem investimentos nos bancos citados. A Fundação de Seguridade Social, Geap, disse que não possui aplicações. A Previ informou que investiu R$ 60 milhões nos bancos em 2004, mas que o dinheiro já foi resgatado.

A Funcef, por sua vez, informou no mesmo dia que não possui mais aplicações, mas que em 2003 e 2004 uma pequena quantidade de dinheiro foi investida nos dois bancos. E o fundo de pensão Centrus, do Banco Central, esclareceu liquidou em 2000 as aplicações contratadas em 1999 no Rural e as aplicações feitas no BMG em junho de 2003.