Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Produtores de algodão, arroz, milho, soja, sorgo e trigo, que tiveram problemas em vender sua colheita, poderão pagar no ano que vem a dívida contraída para financiar a safra 2004/2005. Em alguns casos, as parcelas dos contratos de crédito já estavam vencidas, mas há produtores com dívidas vencendo ainda no segundo semestre.
A medida envolve prorrogação das parcelas que, segundo cálculos do Ministério da Agricultura, totalizam algo em torno de R$ 2 bilhões. As negociações para a rolagem da dívida estavam em andamento na área econômica e, hoje (31), o Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou a decisão de rolar a dívida de milhares de produtores, em sua reunião mensal.
Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, ao mudar a regra para o pagamento da dívida de custeio da safra passada, o governo quis beneficiar os produtores que compraram insumos com o dólar em alta e, agora, enfrentam problemas com queda do preço de mercado e a flutuação do câmbio. "São produtores afetados pelas condições de mercado. Os produtores afetados pela seca já foram atendidos por negociação anterior", disse Wedekin.
Wedekin afirmou ainda que, conforme estipula a lei, para prorrogar o pagamento, o produtor tem que comprovar que ainda tem produção da safra passada no estoque. O agricultor, no entanto, não precisará assinar aditivo ao contrato da dívida contraída.
Outra resolução do CMN é que os produtores beneficiados com a prorrogação só vão obter crédito com juros de 8,75% ao ano para financiar o custeio da próxima safra (2005/2006) se for descontado o valor da dívida prorrogada. "O produtor que tem um limite de financiamento de R$ 200 mil e está prorrogando R$ 50 mil, só poderá contrair R$ 150 mil para a próxima safra", explicou o secretário.