Anvisa proíbe manipulação de remédios em 18 estabelecimentos de São Paulo

31/08/2005 - 17h26

Melina Fernandes
Da Agência Brasil

São Paulo – Dezoito estabelecimentos do estado de São Paulo foram proibidos de praticar a manipulação de medicamentos devido a irregularidades encontradas em inspeção conjunta da Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A vistoria foi realizada de 30 de maio a 22 de junho em 73 farmácias de manipulação nas cidades de São Paulo (53), Ribeirão Preto (10) e Campinas (10). Segundo a Anvisa, o objetivo era inspecionar farmácias que manipulam substâncias de baixo índice terapêutico (SBIT). Muitas delas representam risco à saúde se aplicadas em quantidades erradas.

Segundo a Anvisa, há 600 farmácias de manipulação em São Paulo, 80 em Campinas e 85 em Ribeirão Preto. A fiscalização verificou os procedimentos na manipulação de medicamentos, o controle de qualidade de matérias-primas, a qualificação de fornecedores e o treinamento de funcionários.

Das farmácias inspecionadas, 32% manipulam SBIT e 74% delas não possuíam especificações para as matérias-primas que adquiriram, 26% não fazem análise da qualidade de matéria-prima recebida e 21% não realizam todas as análises necessárias. Os resultados, segundo a Anvisa, mostram que só 53% das farmácias fazem o controle de qualidade de maneira correta.

A Anvisa alerta que a ausência de controle de qualidade nas farmácias pode causar prejuízos enormes aos pacientes que utilizam esses produtos, principalmente porque 59% das farmácias não apresentam comprovação da realização de treinamentos de técnicos e funcionários.

Segundo a Anvisa, de 2000 a 2004, foram analisadas pelo Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS) amostras de medicamentos manipulados contendo clonidina - substância de baixo índice terapêutico - originária de diversas partes do país. Todas as amostras foram consideradas insatisfatórias e estavam associadas a casos de mortes, intoxicações e coma.

A Anvisa abriu consulta pública este ano para discutir novas normas para o setor de farmácias de manipulação. A consulta, de número 31, deve terminar em setembro.