Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O crescimento do crédito comercial foi um dos principais fatores que levou a Caixa Econômica Federal a alcançar lucro recorde de R$ 937 milhões, nos seis primeiros meses do ano. O volume de contratações nas operações comerciais do banco subiu de R$ 11,9 bilhões para R$ 17,2 bilhões se comparado o mesmo período de 2005 com o de 2004. De janeiro a julho, a Caixa emprestou a pessoas físicas e jurídicas R$ 13 bilhões, um saldo 54,7% maior.
A maior parte deste crédito, R$ 8,3 bilhões, foi destinado a pessoas físicas. Ou seja, foram empréstimos a juros baixos, como o microcrédito e o crédito consignado. Segundo o vice-presidente de controladoria da Caixa, João Dornelles, ainda que o banco esteja investindo massivamente na oferta de crédito comercial, característica marcante dos bancos comerciais, não significa abandono da área social, tais como a concessão do crédito para a compra da casa própria.
"A Caixa está tendo, neste ano, um desempenho muito bom no crédito comercial, que é o mais rentável. Mas a gente não está se descuidando da área social, como a habitação. Tanto que nós estamos programando aplicar, até o final do ano, R$ 10 bilhões em habitação", observou.
O lucro líquido do primeiro semestre é 50,2% maior que o resultado apurado no mesmo período do ano passado. E, de acordo com Dornelles, espera-se algo semelhante para o ano de 2005. "O resultado esperado para este ano é em torno de R$ 1,8 bilhão. Será um novo resultado recorde, em termos de resultado anual. Em 2004, nós tivemos R$ 1,4 bilhão de lucro. Então, teríamos em torno de 30% a mais do que no ano anterior", revelou o vice-presidente da Caixa.
Segundo Dornelles, outros fatores explicam o bom desempenho do banco, como a manutenção da taxa de juros básica em patamar elevado, o corte nos gastos e o aumento da arrecadação de tarifas. A Caixa teve uma economia de R$ 170 milhões no primeiro semestre, relativa à melhoria do processo produtivo. Além disso, a base de clientes aumentou. Hoje, são 33,6 milhões de correntistas e poupadores.
Na área social, os destaques do balanço patrimonial da Caixa Econômica ficam por conta do pagamento de benefícios, o que inclui programas de transferência de renda, fundo de garantia, seguro-desemprego, dentre outros. Foram feitas 132,3 milhões de operações desse tipo, no total de R$ 29,4 bilhões de benefícios pagos. Os saques do FGTS totalizaram R$ 12,7 bilhões. Já os pagamentos para famílias de baixa renda, nos programas Bolsa-Família, Cartão Alimentação, Garantia Safra, Auxílio Gás, foram de R$ 3 milhões no primeiro semestre. Os pagamentos do Programa de Integração Social (PIS), abono salarial, seguro-desemprego e INSS alcançaram valor total de R$ 13,7 bilhões.
O programa de inclusão bancária da população de baixa renda também apresentou números positivos. A conta CaixaAqui atingiu 3,2 milhões de contas abertas, um aumento de 50%. A rede de atendimento da Caixa cresceu 8,90% no período. Hoje, são mais de 17 mil pontos de atendimento, entre agências, casas lotéricas, postos de atendimento eletrônico e salas de auto-atendimento. Os depósitos de poupança alcançaram a marca de R$ 50 bilhões, o que torna a Caixa líder no mercado, com uma participação de 31,4%.
A CEF também divulgou o montante arrecadado com loterias. A arrecadação foi de R$ 2,05 bilhões, praticamente o a mesma do período, no ano passado. Desse total, R$ 969,82 milhões foram repassados ao governo federal e a entidades não-governamentais e R$ 692,52 milhões foram pagos em prêmios pelas loterias.