Procurador-geral da República pede discrição e responsabilidade ao Ministério Público

22/08/2005 - 11h45

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu ontem (21) que o Ministério Público trate suas investigações com discrição e responsabilidade, "tendo como base as garantias constitucionais asseguradas a todos os cidadãos". A declaração foi uma crítica indireta à divulgação do depoimento do advogado e ex-secretário do ministro Antonio Palocci, Rogério Buratti, na última sexta-feira pelos promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Para o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, não houve abusos. Segundo ele, o depoimento de Buratti "deu-se em investigação em que não foi decretado sigilo".

No depoimento, Buratti acusou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de receber R$ 50 mil mensais de empresa coletora de lixo e entulho na época que era prefeito de Ribeirão Preto (SP). A divulgação das declarações de Buratti foi feita pelo promotor Sebastião Sérgio da Silveira, uma das pessoas responsáveis pelo depoimento.

Em entrevista coletiva, o ministro Antonio Palocci, também criticou a divulgação do depoimento. Para ele, os promotores se anteciparam em divulgar o depoimento de Buratti. "Acho que existiu indiscrição de autoridades. Autoridades que saem no meio de um depoimento e contam parte do depoimento estão sendo indiscretas, legalmente indiscretas", disse Palocci.