Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio –O Plano de Negócios da Petrobras para o período 2006-2010 prevê que preço do barril do petróleo no mercado externo deverá chegar a 2008 valendo cerca de US$ 25 – praticamente a metade do preço atual, hoje na casa dos US$ 65. Para o próximo ano a empresa estima que os preços do barril do petróleo cairão para US$ 52,5, chegando a US$ 45 em 2006 e US$ 30 em 2007.

Ao detalhar o plano para os jornalistas, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, admitiu que a projeção é "bastante conservadora", mas que a empresa não acredita na queda do preço do barril no curto prazo. Segundo ele, há vários fatores impedindo esta queda no curto prazo, inclusive e principalmente o fator geopolítico, que afeta o mercado e determinando a volatilidade atual. "A invasão norte-americana no Iraque agravou ainda mais a estabilidade nas áreas produtoras de petróleo do mundo e há uma proximidade entre a oferta disponível e a demanda global".

Por isto, Gabrielli considera difícil nas condições atuais um aumento da oferta no curto prazo. "A maior parte das reservas estão nas mãos de empresas estatais, que conseguem cobrir seus custos com os preços atuais, sem que precisem se esforçar para investir no aumento de produção. Além disso, a instabilidade política na Arábia Saudita preocupa o mercado", explica o dirigente.

"Estamos tomando como parâmetro o preço de US$ 25 como uma maneira de ser conservadores na análise de investimentos de longo prazo. Esta é uma indústria em que você toma decisões de investimentos de imediato, mas que ainda vão levar de quatro a cinco anos para que tenha início a produção. Ao utilizarmos preços mais baixos nada mais fazemos do que dar viabilidade aos nossos projetos, evitando surpresas no futuro".

Na avaliação dos estrategistas da Petrobras, mesmo com um cenário externo de conturbação e volatilidade (oscilações), a tendência é de que no médio prazo haja aumento das atividades de produção e refino.