Apenas 0,8% dos jovens seriam beneficiados com cotas nas universidades públicas, apontam reitores

22/08/2005 - 19h08

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio – A política de cotas não resolve o problema da democratização do ensino superior no Brasil. A opinião é compartilhada pelos reitores das quatro universidades públicas federais do Rio de Janeiro – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Os reitores reuniram-se hoje (22) para discutir dificuldades orçamentárias das instituições.

"Apenas 2% de jovens brasileiros estão nas escolas públicas de ensino superior. Com a existência de uma reserva de 40% das vagas, apenas 0,8% da população entre 18 e 24 anos seria beneficiada. Isso é muito pouco", diz Aloísio Teixeira, da UFRJ, referindo-se à proposta enviada pelo Ministério da Educação ao Congresso Nacional.

"Enquanto houver vestibular, haverá uma seleção que não é estritamente de mérito. O estudante precisa ter renda para fazer um cursinho pré-vestibular. Isso introduz no processo seletivo um viés que diferencia os estudantes que têm renda dos que não têm", explica o reitor da UFRJ.