Estudantes e movimentos marcam manifestação contra a corrupção e em defesa dos avanços sociais

14/08/2005 - 11h19

Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Cerca de 10 mil pessoas deverão participar de manifestação pela apuração dos casos de corrupção e reforma no sistema político do país, programada para a próxima terça-feira (16), em Brasília. A estimativa é da União Nacional dos Estudantes (UNE), que organiza o ato em conjunto com a União Nacional dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Coordenação dos Movimentos Sociais.

"A saída para a crise política passa pelo combate à corrupção - pela punição de todos os envolvidos – e passa também, na nossa opinião, por uma reforma política profunda, que combata a raiz da questão da corrupção", disse à Agência Brasil o presidente da UNE, Gustavo Petta.

Segundo Petta, os estudantes irão às ruas defender, também, uma "reaproximação maior" do projeto do governo com a base social "que o elegeu em 2002". Para isto, o presidente da UNE defende o cumprimento de medidas sociais que estão sendo encaminhadas.

"Existem medidas que podem ser tomadas", disse, citando como exemplo a reafirmação do acordo assinado com o MST para a reforma agrária e a articulação de uma base no Congresso Nacional para aprovar medidas como a proposta de criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e a Reforma Universitária.

"Preocupa muito o fato do orçamento da educação do ano que vem poder sofrer alguns recuos. A proposta do (ministério do) Planejamento é ruim nesse sentido. Existe um acordo, um compromisso assinado pelo Ministério da Educação e pelo governo Lula da criação do Fundeb e da aprovação de uma Reforma Universitária progressista que, com esse orçamento proposto pelo Planejamento e pela Fazenda, não cobre (os custos)", acrescentou.

Gustavo Petta avaliou como "importante, mesmo que talvez tardio" o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 11ª reunião ministerial de seu mandato, na última sexta-feira (12). Na ocasião, o presidente disse que não tinha vergonha dizer ao povo brasileiro que o PT e o governo têm de pedir desculpas pelos erros. Mas o dirigente da UNE cobrou uma posição mais "firme" para garantir os avanços sociais.

"Nós entendemos que o (presidente) Lula precisa tomar uma decisão mais firme, inclusive em relação ao orçamento do ano que vem, para garantir vitórias e avanços significativos nas diversas áreas sociais do governo", disse. "Nós acreditamos, defendemos e vamos levar às ruas no dia 16 essas reivindicações para o governo e para a sociedade como um todo".