Severino diz a empresários que CPIs não são motivo para país parar

05/08/2005 - 19h18

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Depois de apresentarem a Agenda Mínima ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com ações que esperam ver implementadas pelo Congresso Nacional, empresários de diferentes setores da economia levaram o documento ao presidente da Câmara de Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE). "Não se trata de interesses políticos menores, mas sim de assegurar e criar as condições para que o país possa fazer uma travessia desse momento delicado com o menor custo possível para a sociedade brasileira", disse Armando Monteiro, presidente da Confederação Nacional da Indústria.

Para Severino Cavalcanti, as reuniões dos empresários "são uma prova evidente de que há consenso nacional de que nós não queremos parar o país". Ele disse ainda que as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) "não são motivo para o país parar – os poderes Executivo e Legislativo e as classes produtivas estão trabalhando em sintonia para que a crise não prejudique o país". E lembrou que "se o Brasil não contasse com uma economia forte e empresários conscientes de suas funções, estaria sofrendo as conseqüências dessa crise tão difícil por que o Legislativo está passando".

Armando Monteiro, que é deputado pelo PTB de Pernambuco, disse acreditar que será possível criar as condições para que o Congresso Nacional supere a crise que vem vivendo com as denúncias de corrupção, compra de votos e recebimento de mesadas por parlamentares se a casa tomar medidas que justifiquem o seu próprio papel. Segundo ele, o Congresso deve hoje à sociedade brasileira um conjunto de iniciativas que justifique o seu próprio papel: "O Congresso tem que investigar, autodepurar-se, autofiscalizar-se, mas precisa também deliberar e votar matérias importantes sobre as quais há um sentido de urgência".

O deputado petebista lembrou que os empresários não se sentiram ofendidos com o discurso em que o presidente Lula criticou as elites. "Nós não nos sentimos atingidos por esse processo discursivo do presidente da República. Quais são as elites? Temos elite sindical, política e empresarial", disse. E lembrou que o setor empresarial trabalha para que o Brasil não pare e continue funcionando: "Nossa agenda não é coorporativa, nem oportunista, é uma agenda de interesse do país".

A proposta apresentada pelos empresários ao presidente da Câmara inclui a apreciação de matérias consideradas relevantes, como as propostas voltadas para as questões de infra-estrutura, gestão e metas fiscais, agências reguladoras, lei geral dos pequenos e micro empresários, tributação e outras matérias que facilitem o investimento e desonerem o setor produtivo.

Participaram da reunião com Severino Cavalcanti, além do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os presidentes da Confederação Nacional do Comércio, Antônio Oliveira Santos; da Confederação Nacional da Agricultura, Antônio Ernesto de Salvo; da Confederação Nacional do Sistema Financeiro, Gabriel Jorge Ferreira; e o empresário Jorge Gerdau, entre outros.