Programa federal apóia empresas cooperativadas em crise ou falidas

05/08/2005 - 16h54

Marcelo Gutierres
Da Agência Brasil

São Paulo - Empresas cooperativadas em situação financeira difícil, e até falimentar, vão contar, a partir de agora, com apoio do governo federal, através do programa Ação de Apoio a Empresas Recuperadas. O programa foi lançado oficialmente em Diadema, região metropolitana de São Paulo, pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e pelo secretário nacional de Economia Solidária, Paul Singer.

A iniciativa tem como parceiras duas associações que atuam nacionalmente no auxílio a interessados em autogestão: a União e Solidariedade das Cooperativas e Empreendimentos de Economia Social do Brasil (Unisol/Brasil) e a Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão (Anteag).

De acordo com o ministro Luiz Marinho, as duas entidades reúnem cerca de 400 cooperativas, que movimentam aproximadamente R$ 700 milhões por ano. O governo federal dará assessoria técnica aos empreendimentos em fase de recuperação e as associações vão ajudar na organização dos trabalhadores.

Os interessados receberão cursos de capacitação e participarão de oficinas e seminários, além de acompanhar empreendimentos em recuperação e os já consolidados. "Estamos criando um fundo, de R$ 1 milhão, para iniciar as primeiras atividades", informou Marinho.

Paul Singer destacou as vantagens para os trabalhadores cooperados: "Eles têm mais possibilidades de desenvolver suas empresas, de melhorar a comercialização, de ampliar a participação no mercado e reduzir custos". Segundo ele, outra possibilidade é a criação de uma rede de entidades de mesma natureza.

O programa foi lançado na sede da Cooperativa Industrial de Trabalhadores em Usinagem e Fundição de Alumínio, na periferia de Diadema. A empresa, que havia sido fechada, foi recuperada pelos funcionários e, atualmente, fatura R$ 150 mil por mês. Os 41 funcionários da empresa têm renda mensal média de R$ 600 e a produção já recebeu o selo de qualidade internacional ISO 9000.

Inicialmente, a meta do projeto é apoiar 139 empresas e cooperativas em todo o país, com benefícios que poderão alcançar cerca de 10.500 trabalhadores.