Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse hoje não ser necessário que o governo tome medidas para "blindar" a economia do país frente à crise política. A afirmação de Palocci foi feita após encontro, convocado pelo presidente Lula, que reuniu à tarde ministros e empresários dos setores produtivo, financeiro e comercial.
"Nós não estamos carecendo de medidas de blindagem da economia. O que blinda a economia é o resultado da balança comercial, das transações correntes, das contas fiscais, o equilíbrio da inflação. Mesmo em um período de dificuldades na área política, esses fundamentos estão levando à melhoria dos indicadores econômicos", disse o ministro.
Questionado se o governo acataria a sugestão de elevar o superávit primário, proposta apresentada de manhã pelas confederações empresariais, Palocci disse: "É um bom debate, não é?".
Na reunião convocada para tratar de assuntos econômicos estiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de Palocci, os ministros Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego; Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia; Jaques Wagner, da Secretaria de Relações Institucionais; e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Entre os mais de 20 empresários presentes, estavam Jorge Gerdau, do Grupo Gerdau; o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf; Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açucar; o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE); e o presidente do Bradesco, Márcio Arttur Laurelli Cypriano.
Pela manhã, os empresários entregaram ao presidente Lula uma proposta de "Agenda Mínima para a Governabilidade", elaborada pelo Fórum Nacional da Indústria da CNI. No documento, as confederações empresariais da Indústria (CNI), da Agricultura (CNA), das Instituições Financeiras (CNF), do Comércio (CNC) e dos Transportes (CNT), além da Ação Empresarial, destacam a importância da estabilidade econômica e ressaltam a necessidade de "uma ação mais sistemática e ambiciosa de criação de condições para a redução das taxas de juros reais".