Técnicos da Receita paralisam atividades pela segunda vez no mês

26/07/2005 - 11h23

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A alegada falta de transparência no processo de fusão da Receita Federal com a Receita Previdenciária levou o Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindireceita) a promover nova paralisação de três dias, de hoje (26) à próxima quinta-feira (28). O movimento é semelhante ao ocorrido na semana passada, que causou prejuízos para a balança comercial, em virtude da redução de despachos para exportações.

A paralisação nacional dos técnicos da Receita Federal foi, em grande parte, responsável pela queda do saldo das vendas externas na semana anterior, entre os dias 18 e 22, quando as exportações caíram de US$ 2,426 bilhões para US$ 2,001 bilhões (menos 17,51%) comparado à semana de 11 a 15. O saldo comercial (exportações menos importações) caiu de US$ 985 milhões para US$ 343 milhões na relação entre as duas últimas semanas.

O presidente do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira, ressalva, no entanto, que os dirigentes e delegados sindicais nos estados "não têm interesse em promover queda nas exportações ou em qualquer outro setor que cause prejuízos à sociedade". Nosso objetivo, acrescenta, é apenas restabelecer o diálogo para definir atribuições na Receita Federal do Brasil, criada pela Medida Provisória 258, publicada no Diário Oficial da União (DOU) da última quinta-feira (21).

Segundo ele, a falta de negociação para definição de atribuições perpetua conflitos internos que prejudicam o desempenho do fisco. Além da "falta de clareza" nas atribuições dos técnicos e auditores da Receita Federal e da Previdência, Paulo Antenor critica o gradativo afastamento dos técnicos do trabalho de fiscalização direta, quando o princípio da fusão deveria ser norteado, segundo ele, pela busca de maior combate à sonegação fiscal.

Como a categoria não obteve resposta quanto à abertura de diálogo para definir competências de carreira trabalhista na Super Receita, os técnicos da Receita Federal repetem a paralisação e realizam assembléias nos estados para avaliar o movimento e a possibilidade de manter o estado de greve. Enquanto isso, dirigentes e delegados sindicais fazem trabalho de base e de articulação parlamentar.