Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Ao responder a interpelação feita pelo deputado Pompeu de Matos (PDT-RS) de que os técnicos da CPI dos Correios estariam sonegando informações aos parlamentares sobre os cruzamentos de dados das quebras de sigilos bancários de Marcos Valério, do Banco do Brasil e do Banco Rural, o presidente da CPI, Delcídio Amaral, se irritou. "Reajo com indignação à informação de que a CPMI está privilegiando parlamentares. Trabalhamos todo o fim de semana, no domingo estávamos no Banco do Brasil acompanhando o trabalho dos técnicos", disse.
O presidente da comissão disse ainda que não admitirá mais qualquer vazamento dos sigilos bancários que estão sob a responsabilidade da CPI. "Tem que ficar muito clara a responsabilidade que temos que ter sobre os documentos que são sigilosos e estão sob nossa responsabilidade, principalmente sob a minha responsabilidade. Vimos, na semana passada, entrevistas de membros da CPI falando de cheques e de transferências bancárias. Não admito mais que isso aconteça", afirmou o senador.
Delcídio Amaral ressaltou que os parlamentares da CPMI não podem passar "informações equivocadas e acabar trazendo problemas para o sistema financeiro". De acordo com ele, parlamentares vazaram à imprensa que haviam sido feitos saques de até R$ 50 milhões na boca do caixa de contas das empresas de Valério no Banco do Brasil quando, na verdade, tratavam-se de meras transferências entre as empresas DNA e SMPB para pagar fornecedores.
A partir de agora, a comissão só vai disponibilizar aos parlamentares os relatórios consolidados das apurações realizadas, informou o senador. Ele encerrou a sessão da comissão destinada a ouvir a esposa de Marcos Valério, Renilda Maria Fernandes de Souza, às 19h50.