Pessoas de Brasília, Rio e São Paulo estão entre as que menos sentem efeitos da violência, diz FGV

26/07/2005 - 17h28

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - Apesar dos casos de violência registrados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo, as populações dessas localidades estão entre as quatro que menos sentem os efeitos da violência próximos de casa. O resultado faz parte da pesquisa Condições de Vida nas Regiões Metropolitanas e suas Implicações Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisou 12 quesitos que influenciam o bem-estar da população.

A pesquisa aponta que Brasília (76,10%), com avaliações no Plano-Piloto, está em primeiro lugar entre os que menos percebem os problemas com violência na área de residência. A cidade é seguida por Salvador (23,39%), São Paulo (8,66%), Rio de Janeiro (7,87%), Porto Alegre (7,27%) e Goiânia (3,29%). Abaixo da média com avaliações negativas estão Curitiba (-3,55%), Fortaleza (-5,99%), Recife (-16,31%), Belo Horizonte (-28,14%). A última colocada é Belém com avaliação negativa de 72,59%.

"A pesquisa reflete como as pessoas vêem o bem-estar da sua residência em relação a 12 atributos. É importante dizer que existe uma diferença entre essas estatísticas e as que são geralmente disponíveis a dados oficiais sobre diversos quesitos", afirma o economista Fernando Blumenschein.

Segundo ele, os estudos vão continuar para aprofundar as avaliações sobre a percepção da população. Ele explicou que, como os dados se referem a perguntas diretas com respostas de sim ou não, não é possível identificar, nesta primeira fase do trabalho, o porquê do comportamento dos moradores.

Para o economista Ricardo Wyllie, as perguntas se referem à violência no local onde a pessoa reside. Dessa forma, segundo ele, os atos praticados em locais mais distantes seriam menos percebidos. "Se tiver os atos de violência mais importantes que vão para a mídia e fazem alardes, que sensibilizam até as autoridades, em pontos determinados da cidade, eles são contumazes nisso, então, muita gente fora desses pontos, um percentual elevado de pessoas, vai dizer que tem uma percepção baixa, já que está sendo perguntado a respeito do seu entorno", explicou.

O estudo foi elaborado a partir do resultado da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002/2003 do IBGE. Os quesitos levantados na pesquisa são: Quantidade e os Tipos de Alimentos Consumidos, Condições de Moradia da Família e Avaliações sobre Renda Total Familiar, Coleta de Lixo, Serviço de Água, Iluminação de Rua, Drenagem e Escoamento de Água de Chuva, Fornecimento de Energia Elétrica, Problemas com Rua ou Vizinhos Barulhentos, com Poluição ou Ambientais Caudados pelo Trânsito ou Indústria e de Violência ou Vandalismo na Área de Residência.