Nova fase de programa de inclusão digital busca promover desenvolvimento local

26/07/2005 - 11h07

Spensy Pimentel
Enviado especial

Teresina - O programa de inclusão digital do Ministério das Comunicações, chamado Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão), inicia em 2005 uma nova fase, com o objetivo de utilizar a inclusão digital que o programa proporciona para promover o desenvolvimento local. "O que percebemos nesses dois anos é que a sociedade brasileira não estava preparada para um projeto estruturante de inclusão digital. A fase inicial de implantação do projeto foi importante, mas agora estamos iniciando o salto seguinte, para um novo patamar", afirma o diretor de Serviços de Inclusão Digital do ministério, Antonio Albuquerque.

"A oferta simplesmente de máquinas e serviços não garante o desenvolvimento da comunidade porque o desenvolvimento está dentro das pessoas", diz ele. Albuquerque explica que o Gesac consiste, inicialmente, na instalação dos equipamentos que proporcionam acesso gratuito das comunidades a internet em alta velocidade (banda larga), via satélite.

Atualmente, existem 3,2 mil pontos Gesac no país. Até o fim do ano, a meta é chegar a mais 1,2 mil localidades, totalizando 4,4 mil pontos e mais de 6 milhões de beneficiados pelo programa. Agora, segundo Albuquerque, a idéia é que, a partir da presença dos equipamentos e do acesso livre a serviços como correio eletrônico, telefonia (voz sobre IP), televisão e rádio via internet, criação de página eletrônica e loja eletrônica da comunidade, os pontos Gesac se constituam em centros de produção de informação e cultura. "Não queremos apenas que as pessoas consumam conteúdo. Queremos proporcionar produção de conteúdo. Como se exige saúde e educação públicas universais e de qualidade, as pessoas devem saber que é seu direito ter acesso à informação", diz.

Ainda segundo o diretor, vários dos serviços agora oferecidos pelo Gesac foram incorporados ao programa após uma renovação de contratos que aconteceu no fim do ano passado - com um corte nos custos por máquina instalada que representou cerca de 40% de economia
para o governo federal.

Além dos novos serviços tecnológicos, segundo ele, a nova fase do programa também inclui uma intensificação das ações de capacitação das comunidades e do controle sobre a utilização dos equipamentos, com a assinatura de termos de compromisso com os governos estaduais. "Os pontos deverão enviar relatórios periódicos sobre o uso que estão dando aos equipamentos", explica Albuquerque. Ele diz que também constará dos acordos a criação de comitês locais de inclusão digital.