Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As exportações brasileiras para os países árabes cresceram 18% de janeiro a junho deste ano, totalizando US$ 2,19 bilhões, contra US$ 1,8 bilhão no primeiro semestre de 2004. Em determinados segmentos, como automóveis, autopeças e chassis para ônibus e caminhões, as vendas externas cresceram mais de 100%, segundo balanço divulgado hoje (26) pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB). A entidade previa um crescimento de 13% no ano e já revê suas estimativas para cerca de 20%.
O agronegócio continua liderando o ranking de embarques para a Liga Árabe, com expansão de 15% e total exportado de US$ 1,4 bilhão – os maiores compradores foram Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Marrocos. O primeiro item da pauta foi o complexo carnes, com US$ 661,5 milhões e alta de 32%. Em segundo lugar estão os açucares, com US$ 511,7 milhões, que representam crescimento de 27%. Soja aparece em terceiro lugar, com US$ 132,7 milhões, 4% a mais que no primeiro semestre de 2004, apesar da queda na cotação do produto, devido à elevação do volume exportado.
As importações brasileiras do mundo árabe também cresceram no primeiro semestre de 2005 e atingiram US$ 2,02 bilhões, uma alta de 19% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. Segundo a CCAB, a elevação se deve fundamentalmente ao elevado preço do barril de petróleo – principal item comprado pelo Brasil dos árabes. Ainda assim, o semestre encerrou com superávit brasileiro, ou seja mais exportações do que importações.
No primeiro semestre, os embarques de autopeças para os árabes cresceram 426%; as vendas de automóveis aumentaram 215%, e as exportações de chassis para ônibus, 165%. Segundo o presidente da CCAB, Antonio Sarkis Jr., um fabricante brasileiro de ônibus já estuda a instalação de uma fábrica no norte da África e a Volkswagen tem plano de montar uma fábrica de caminhões em Abu Dabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, com peças produzidas no Brasil.
Outros setores com potencial de exportação, segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, são equipamentos hospitalares e odontológicos e material elétrico e material de construção - "devido aos investimentos que vem sendo feitos em infra-estrutura" - explica Sarkis. Ele aponta que apenas em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, devem ser levantadas 700 novas torres até 2010.