Diretor-geral da Telesur diz que emissora vai resgatar memória dos povos

24/07/2005 - 10h43

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Telesur, emissora em espanhol e português financiada pelos governos de Venezuela, Argentina, Uruguai e Cuba, pretende ser um veículo de defesa da história latino-americana. De acordo com o diretor-geral da emissora, Aram Aharonian, o canal será um instrumento de resgate da memória dos povos.

"Nós queremos recobrar nossa memória, nossa cultura e nossas tradições", afirma o diretor-geral. "Queremos recobrar o sentido histórico e antropológico para saber de onde viemos e até onde queremos ir, para que não nos digam para onde devemos seguir. Esperamos ser uma alternativa a essa mensagem que vem do norte".

A Telesur tem como base três pilares: informar, formar e recrear. "Os três eixos da Telesur, antes de funcionarem separados vão ser trabalhados em conjunto. Nós não acreditarmos que a informação surge como fungos depois da chuva, mas que tem um antecedente; tem um porque; tem um quando. Cada informação tem uma história", diz Aharonian. "É também um resgate dos gêneros jornalísticos esquecidos pela televisão instantânea, como a crônica, a reportagem, a investigação, a análise e o debate".

A programação da Telesur terá 40% da sua grade voltada para o jornalismo e 60% para a produção cultural, com enfoque na veiculação de documentários independentes. "Na Telesur os produtores independentes poderão mostrar seus trabalhos. A América Latina tem uma criatividade muito grande e uma produtividade muito alta. Muitos documentários não têm onde ser exibidos. A Telesur é uma alternativa para isso", afirma Aharonian.