Ibama vai incluir área de savana no sul do Amazonas em operação contra desmatamento

04/07/2005 - 12h31

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai incluir a savana do município de Canutama, no sul do Amazonas, nas ações de fiscalização da operação Uiraçu, que começou há três semanas e se estenderá até novembro. "A imprensa local já noticiava que havia cooperativas irregulares atuando na região, mas foi só a partir da confirmação feita pelo Sipam é que decidimos incluir o cerrado em nossa operação", diz Henrique Pereira dos Santos, gerente-executivo do Ibama no Amazonas.

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) divulgou na última sexta-feira (1º) um levantamento inédito sobre o desmatamento nos 12 municípios do sul do estado, incluindo as regiões de savana (popularmente chamadas de cerrado). O estudo do Sipam mostrou que 52% dos 182 quilômetros quadrados desmatados em Canutama, entre 2003 e 2004, correspondem à vegetação de savana.

Segundo o gerente do Centro Técnico e Operacional (CTO) do Sipam em Manaus Estevão Monteiro de Paula, o estudo comprovou que grandes ações de fiscalização conseguem inibir o desmatamento. "Onde aconteceram ações efetivas coordenadas pelo Ibama, percebeu-se a não-existência de novos polígonos de desmatamento. Dá a impressão de que há um movimento de fuga dos grileiros, que partem para regiões onde não haja presença efetiva do Estado".

Em maio e junho do ano passado o Ibama realizou em Lábrea, no sul do Amazonas, a Operação Tauató, que percorreu cinco ramais clandestinos da rodovia BR-364 (Transamazônica). "Pelo tamanho dos ramais, quantidade de equipamentos e de combustível que apreendemos, a gente estima que tenha conseguido evitar a derrubada de 150 mil hectares de floresta. E o sensoriamento remoto foi importante para este trabalho. Agora, atuaremos nos novos pontos de desmatamento identificados pelo Sipam. Nossa estratégia é concentrar a fiscalização nos locais onde ele seja superior a 100 hectares", afirma o representante do Ibama.

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