Greve do INSS alcança 100% das agências da cidade de São Paulo

04/07/2005 - 17h51

Melina Fernandes
Da Agência Brasil

São Paulo – No 32º dia de greve dos funcionários Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a paralisação na cidade de São Paulo chegou pela primeira vez a 100% das agências, de acordo com a superintendência paulista do instituto. Das 26 agências, 21 não funcionaram e cinco atenderam o público parcialmente. De acordo com a superintendência, hoje foi o primeiro dia em que nenhum posto do INSS funcionou normalmente na capital.

Segundo a superintendência, a adesão ao movimento foi de 69% na grande São Paulo, de 46% no interior do Estado, com um índice total no estado de 56,7%. As perícias médicas agendadas dentro das unidades continuam sendo realizadas mesmo nas agências que aderiram à paralisação. O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência (Sinsprev) mantém a informação de que a greve atingiu 70% das agências do Estado e 95% das unidades da capital e da Grande São Paulo.

Na última sexta-feira houve audiência nos ministérios da Previdência, Saúde e Planejamento com representantes do governo e do comando nacional de greve do Sinsprev. Segundo uma das participantes, diretora do sindicato e também da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), Miraci Mendes Astun, no encontro houve abertura de negociação por parte do governo. "Para o INSS, o governo aprovou o montante de R$ 120 milhões, sem definir onde será usado", ressalta.

De acordo com Miraci, o comando de greve acredita que essa proposta não corresponde às necessidades e reivindicações da categoria. "Houve apenas abertura de negociação. Isso não significa que ela está fechada", destaca. Ela diz ainda que as negociações vão continuar em uma nova rodada programada para esta segunda-feira à tarde. Desta reunião farão parte, segundo Miraci, de representantes dos ministérios do Trabalho, da Saúde e da Previdência, além do diretor de Recursos Humanos e equipe do ministério do Planejamento.

Para a diretora do Sinsprev, o fim da greve depende de propostas do governo. "Isso só deverá acontecer se apresentarem uma proposta consistente. Aí será feita uma assembléia estadual que encaminhará a decisão à nacional, que vai pôr fim à greve", explica. No dia 1º de julho houve uma assembléia estadual em São Paulo que decidiu manter a greve, diante da ausência de uma nova proposta de reajuste salarial pelo governo.

O sindicato pretende realizar uma manifestação no dia 7 de julho contra a decisão da Justiça, de cobrar uma multa diária desde o dia 14 de junho, pelo não cumprimento da determinação de que 60% dos funcionários retornem ao trabalho para atendimento da população. O ato será às 12 horas, na Av. Paulista, 1842, na capital paulista. A próxima reunião do comando de greve deverá ocorrer nesta terça-feira, às 16 horas.