Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo –A empresa CBE Bandeirante de Embalagens, da região de Mogi das Cruzes, é uma das empresas que está concedendo férias coletivas para parte de seus 600 empregados. A companhia é apontada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região, como exemplo de preocupação com a economia.
No mês de maio foram concedidas férias de dez dias a 110 funcionários e em junho a outros 130. A medida, segundo o diretor comercial da empresa, João Schmid, é conseqüência da falta de encomendas. O setor de embalagens é considerado um termômetro do ritmo da economia. Os empregados da CBE Bandeirantes são desse sindicato, filiado à central Força Sindical, que hoje fez um ato na capital em defesa do emprego e pedindo mudanças na política econômica para retomada do ritmo da economia.
De acordo com Schmid, ainda não há previsão de férias forçadas em julho, mas também não há otimismo quanto às encomendas. A CBE Bandeirante de Embalagens atende os mercados farmacêutico, cosmético e de colas. "A fábrica está produzindo, mas não tem atingido a meta mensal de vendas. A produção caiu 30%. Se chegarmos ao dia 20 e nada tiver mudado, então optamos pelas férias coletivas".
Schmid acredita que as vendas caíram porque o a capacidade de compra do consumidor está reduzida. "No caso do setor farmacêutico, as pessoas não pararam de ficar doentes, estão com menos dinheiro para comprar os remédios". No setor de cosméticos, ele explica que nesta época do ano é normal uma sensível queda, porém não da maneira como está sendo vista agora. "Nossa produção para esse setor caiu 40%", ressaltou.
No caso das colas a diminuição das vendas se deve à crise na construção civil, segundo o diretor comercial. A solução para tentar amenizar essa preocupação, diz Schmid, é o governo começar a abaixar os juros que afetam diretamente as médias e pequenas empresas.