Deputados rejeitam salário mínimo que haviam aprovado em ''mal-entendido''

22/06/2005 - 21h01

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Deputados do governo e da oposição rejeitaram há pouco o valor do salário mínimo de R$ 536,28. O valor havia sido aprovado minutos antes depois de um descuido dos parlamentares e da Mesa Diretora, que aprovaram em conjunto 11 emendas à Medida Provisória que reajustou o valor do mínimo para R$ 300. Uma das emendas fixava o valor do salário em R$ 536, o maior entre todas as outras propostas.

A solução encontrada pelos parlamentares foi refazer a votação em bloco das emedas. Na segunda votação, elas foram rejeitadas por 318 votos contrários, 16 favoráveis e seis abstenções. O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), convocou para as 9h de amanhã (23)sessão extraordinária para que a votação da MP seja concluída. "Amanhã tudo estará resolvido. Com bom senso, vamos aprovar todas as MPs que estão aí ou rejeitá-las", ressaltou Cavalcanti.

O primeiro vice-presidente da Câmara, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), atribuiu o descuido a um "mal-entendido" entre a Mesa Diretora da Casa e os líderes dos partidos. "Alguns deputados não prestam atenção no que está sendo votado. Na realidade, aprovaram pacote de emendas em bloco e essas emendas elevam o salário a mais de R$ 500 – valor que ninguém em sã consciência poderia aprovar. Pode até ser justo, mas é absolutamente impossível, na prática. Nós não temos culpa se as lideranças partidárias não esclarecem o que está sendo votado. E votação dessa gravidade também merece, por parte da Mesa, mais ponderação para que as pessoas saibam o que estão votando", defendeu.