Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em um descuido da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, os parlamentares aprovaram há pouco o valor de R$ 536,28 para o salário mínimo que entrou em vigor no dia 1º de maio. Os deputados já haviam rejeitado o projeto de lei complementar do PFL que sugeria o valor do mínimo em R$ 310, quando o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), colocou todas as emendas à matéria para votação em bloco.
As emendas foram aprovadas de forma simbólica pela maioria dos parlamentares, e Severino proclamou o resultado. Só em seguida os deputados se deram conta que as emendas fixavam o valor do mínimo em diferentes valores – o maior deles, R$ 536, que prevalece sobre os demais.
A oposição concordou em refazer a votação diante do descuido. "O país não tem condições de ter um salário mínimo desse valor. Temos responsabilidade", ressaltou o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ). O deputado Professor Luizinho (PT-SP) criticou a decisão da Mesa Diretora da Câmara em colocar a votação das emendas em bloco. "Como se faz uma votação só para seis valores diferentes do salário mínimo?", questionou.
Severino Cavalcanti suspendeu a sessão por dez minutos para que os deputados possam resolver o impasse. Os deputados vão refazer a votação individual das emendas para fixar o valor do salário mínimo – que desde o dia 1º de maio é de R$ 300 em todo o país. A Câmara vota então a Medida Provisória que fixou o salário mínimo nesse valor.