Servidores em greve pedem a Jucá que negociações sejam feitas por categoria

22/06/2005 - 13h21

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Representantes dos servidores públicos federais em greve pediram hoje (22) ao ministro da Previdência Social, Romero Jucá, que as negociações sejam feitas separadamente por categoria. Segundo a assessoria de Jucá, o ministro deve telefonar ainda hoje para o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para comunicar a reivindicação dos trabalhadores. Amanhã, os representantes grevistas irão se reunir com o ministro Paulo Bernardo na Mesa Nacional de Negociação Permanente, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. No início da greve, Paulo Bernardo afirmou que o governo iria centralizar as negociações.

Os servidores pedem a recomposição emergencial no valor de 18% pelas perdas sofridas de janeiro de 1995 a dezembro de 2004; plano de carreira para as categorias; paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; incorporação das gratificações ao vencimento básico dos servidores e a realização de concursos públicos.

Segundo a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), cerca de 150 mil servidores públicos de 31 órgãos federais aderiram à greve. A entidade afirma que a adesão chega a 75% do funcionalismo. O diretor da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, afirma que os servidores ficarão em greve por tempo indeterminado até que o governo federal atenda as reivindicações ou aceite negociar.

"Há praticamente dois anos vivemos diante de um processo falsamente chamado de negociação, mas sem ter nenhum avanço. Então não nos restou outra alternativa a não ser deflagrar essa greve a nível nacional", afirma. "Nós esperamos que o governo tenha entendido o recado. Essa resistência dos servidores não vai acabar enquanto não tiver uma resposta às nossas pautas de reivindicações", acrescentou.

Os servidores públicos federais fizeram nesta quarta-feira uma marcha nacional pedindo a melhoria dos salários e das condições de trabalho. Eles também realizaram um ato público pela ética e contra a corrupção em frente ao Palácio do Planalto e ao Ministério da Justiça. Segundo a Condsef, a marcha reuniu cerca de 10 mil pessoas.