Saiba quem serão os próximos convocados pela CPI dos Correios

22/06/2005 - 11h43

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar denúncia de corrupção nos Correios vai convocar inicialmente as pessoas diretamente envolvidas com as denúncias, segundo o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Ele apresentou uma lista com o nome das primeiras pessoas que deverão ser ouvidas pela CPMI - que ouve, na manhã desta quarta-feira (22), o ex-diretor de contratação dos Correios, Maurício Marinho, que foi filmado recebendo R$ 3 mil, em um suposto esquema de corrupção na estatal envolvendo o PTB.

Na relação de Delcídio Amaral dos próximos convocados para depor, a reportagem não identificou qual a relação de Eduardo Coutinho Lins com a investigação. Delcídio também levantou a hipótese de antecipar o depoimento de Fernanda Karina Somaggio, e por isso ela foi acrescentada à lista abaixo:

  • Artur Washek Neto - suspeito de ser o mandante da gravação que denuncia o suposto esquema de corrupção nos Correios;
  • Antonio Velasco – também suspeito de ser um dos mandantes da gravação;
  • José Fortuna Neves – ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) que afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigava os Correios a pedido da Casa Civil. O ex-agente passou a ser investigado pela Polícia Federal depois que seu nome foi citado pelo deputado, deputado Roberto Jefferson (PTB- RJ), no plenário da Câmara;
  • Clauzer Esteves – sócio de Fortuna, o ex-agente que SNI que afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigava os Correios a pedido da Casa Civil;
  • Edgard Lange - agente da Abin conhecido como Alemão. De acordo com Fortuna, é quem teria contado a ele sobre a participação da Casa Civil nas investigações. Alemão teria dito que a intenção era investigar a Unisys, empresa multinacional de informática que tem convênios com a estatal e com Previdência. Fortuna afirmou também que Alemão pediu a ele para assumir a autoria da gravação antes da fita ser divulgada para a imprensa;
  • Arlindo Molina – ex-professor da Escola Naval, também citado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB- RJ) no plenário da Câmara. Antes da divulgação da fita pela imprensa, Molina foi ao gabinete do deputado com a gravação. Ele disse à polícia que teria ido alertar Jefferson, mas a polícia investiga se houve tentativa de extorsão. Fortuna nega conhecer Molina;
  • Joel Santos – participou da gravação em que Marinho é flagrado recebendo R$ 3 mil de empresários para favorecê-los em uma licitação da empresa;
  • João Carlos Mancuso – também afirmou ter participado da gravação em que Marinho é flagrado recebendo R$ 3 mil de empresários para favorecê-los em uma licitação da empresa;
  • Jairo Martins – policial militar licenciado e ex-agente da Agência Brasileira de Investigações (Abin), é suspeito de ser o responsável pela distribuição da fita à imprensa. Teria sido o responsável ainda pelo equipamento de gravação;
  • Antônio Osório – ex-diretor de Administração dos Correios, citado por Marinho na gravação;
  • Fernando Godoy – assessor da Diretoria de Administração da estatal, também citado por Marinho na gravação;
  • Roberto Salmeron – ex-presidente da Eletronorte e ex-vice-presidente dos Correios. Salmeron foi citado no depoimento do ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Batista. De acordo com o depoimento, Antonio Osório, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Salmeron teriam assistido à gravação um dia antes de ter sido divulgada à imprensa;
  • Roberto Jefferson – o nome do deputado foi citado por Maurício Marinho durante a gravação em que fala sobre a suposta existência de um esquema de corrupção nos Correios envolvendo o PTB, partido que o parlamentar presidia na ocasião;
  • Marcus Vinicius Teixeira – genro de Roberto Jefferson e assessor do diretor da Eletronuclear Luiz Rondon Teixeira de Magalhães, indicado por Jefferson;
  • Eduardo Medeiros – diretor de Tecnologia afastado dos Correios por suspeita de corrupção. Em entrevista à imprensa, o senador Fernando Bezerra disse que recebeu uma carta anônima onde dizia haver uma licitação em curso na Diretoria de Tecnologia dos Correios para a aquisição de kits de informática que serviriam para expandir o Banco Postal e interligar as agências. De acordo com a matéria, a carta dizia que o então diretor de Tecnologia e seu subordinado Edilberto Petry estavam definindo as especificações dos equipamentos sob orientação da Novadata. A matéria afirma que havia uma licitação para comprar os kits, porém, o valor era menor do que o informado na correspondência anônima.
  • Edilberto Petry – subordinado de Medeiros (veja acima);
  • Mauro Dutra – presidente da Novadata, empresa que fabrica computadores;
  • Fernando Brites – representante da Novadata;
  • Júlio Imoto – suspeito de ser atuar junto com Marinho na cobrança de propina;
  • Haroldo Marschner – empresário, um dos donos da Precision Componentes, que fabrica lacres de segurança para placas de trânsito. Disse que também recebeu um pedido de suborno de Marinho, para poupar a empresa de suas multas.
  • Fernanda Karina Somaggio – ex-secretária de Marcos Valério de Souza, publicitário de Belo Horizonte. Em entrevista à imprensa, afirmou que seu ex-chefe carregava malas de dinheiro quando se encontrava com integrantes do PT, como o tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Em depoimento à Polícia Federal, negou as afirmações, mas recentemente, em nova entrevista à imprensa, disse que mentiu à PF porque teria sido ameaçada de morte e reafirmou as primeiras declarações.