ONU prorroga até fevereiro de 2006 permanência de força de paz no Haiti

22/06/2005 - 20h00

Brasília, 22/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira a permanência dos soldados da Força de Paz da ONU (Minustah) no Haiti até o dia 15 de fevereiro de 2006.

A nova resolução tem o objetivo de garantir a segurança durante a realização das eleições previstas para o final deste ano, segundo o comandante da força, general Augusto Heleno Pereira: "Isso foi planejado exatamente para ter uma abrangência que pudesse englobar as eleições e esse período, que é o período de transição política e de governo. O novo presidente toma posse dia 7 de fevereiro e a missão está prevista para ficar até o dia 15".

As eleições haitianas serão realizadas em três etapas: as parlamentares e departamentais, em outubro, e a presidencial, em dois turnos: o primeiro no dia 13 de novembro e o segundo no dia 18 de dezembro.

A decisão do Conselho também prevê o envio de um reforço temporário de mais 800 homens para o Haiti, o que aumentaria o contingente para 7.500 soldados. De acordo com o general, a chegada desses soldados ainda não foi definida. "É um trabalho difícil do Departamento de Defesa tentar encontrar entre os países membros da ONU algum que esteja disposto a enviar tropas para o Haiti. Existem hoje 17 missões de paz em todo o mundo e é difícil povoar todas as missões no limite que é permitido nas respectivas resoluções". O Brasil tem 1.200 soldados no Haiti.

O contrato de permanência do general Augusto Heleno venceu no dia 31 de maio. Agora, ele aguarda um comunicado oficial do Ministério da Defesa: "Eu sou militar e estou cumprindo uma missão. Eu informei o Ministério da Defesa sobre o término do meu contrato de um ano. É praxe no Exército substituir o oficial com um ano nesse tipo de missão. Mas eu aguardo instruções do governo brasileiro para saber quando eu vou. Não recebi comunicação oficial e enquanto isso, sigo trabalhando normalmente".

O general, que está no Haiti desde 29 de maio de 2004, disse acreditar que sua saída poderá ser entendida como "uma mudança saudável". A Minustah chegou ao Haiti em junho do ano passado com a missão de garantir a estabilidade social e política do país, depois da queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004.