Governador de Rondônia nega acusações na CPI da Terra

22/06/2005 - 17h56

Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília - O governador do estado de Rondônia, Ivo Cassol, negou em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra as acusações de que estaria usando a "máquina" do governo para tirar cerca de 200 famílias de uma área próxima ao município de Alta Floresta (RO), a fim de expandir as terras de sua família na região.

As acusações foram feitas pelo deputado Anselmo de Jesus (PT-RO), que disse ter gravações que comprometem o governador e o filho dele, durante conversas com posseiros. tanto o governador quanto como seu filho, com conversas com posseiros tanto de acordos como de ameaças. A fita foi entregue à Comissão e segundo o deputado, revela que "quem comandava a operação lá dentro era o filho dele, os documentos todos citam o filho dele".

O relator da Comissão, deputado João Alfredo (PT-CE), disse que dependendo do laudo da Polícia Federal sobre esse material, o filho de Cassol pode ser chamado para prestar esclarecimento. "As acusações de grilagem de terras públicas, de violência nos despejos e de jagunços que usariam até mesmo fardas da polícia, são graves e precisam ser avaliadas com profundidade", acrescentou.

Segundo Ivo Cassol, as acusações de que seu filho teria usado um helicóptero do governo estadual para atirar em carros dentro das terras ocupadas pelas 200 famílias foram feitas com a intenção de atingí-lo. O governador esclareceu que a área citada pelo deputado fica perto de sua propriedade e que "em momento algum usei a máquina para poder tirar alguém, porque dentro da minha área não esteve ninguém".

Os integrantes da CPI pretendem pedir ajuda ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Polícia Federal (PF), para averiguar as denúncias.