Falta de recursos ameaça exposições nos museus do Rio de Janeiro, afirma diretor do Iphan

22/06/2005 - 11h40

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio – A falta de recursos dos museus no Rio de Janeiro ameaça a realização de exposições, oficinas de capacitação de funcionários, além de ações educativas para escolas. A avaliação é do diretor do Departamento de museus do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), José do Nascimento Júnior. "Se não houver dinheiro nós vamos entrar em estado vegetativo".

Segundo ele, dos R$ 17 milhões que o Iphan poderia destinar aos museus este ano, restam apenas R$ 8 milhões. E os recursos só poderão cobrir as despesas até o próximo dia 30. Nascimento afirma a situação não é pior porque a greve dos funcionários, que já dura praticamente 3 meses, reduziu os gastos e o nível das atividades. "É muito grave porque tem uma expectativa orçamentária aprovada - é um orçamento que o próprio governo envia ao congresso -; as instituições se planejam, assumem compromissos com a população e com instituições e estão tendo dificuldade de cumprir esses compromissos".

Nascimento Júnior diz ainda que o ministro da Cultura, Gilberto Gil, está negociando com os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo, a liberação de mais de R$ 200 milhões, de um orçamento de 240 milhões, mas até o momento esses recursos não foram descontigenciados. "Acho que tem uma incompreensão da área econômica do governo de que cultura é algo estratégico para o país". O diretor do Iphan afirma ainda que Gilberto Gil propôs a área econômica o desbloqueio de R$ 15 milhões do orçamento para antecipar o pagamento de uma gratificação reivindicada pelos grevistas, que só seria paga em janeiro de 2006, mas ainda não obteve resposta.