Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu reassumiu hoje (22) o mandato como deputado federal na Câmara com um discurso em defesa do governo federal e de repúdio às denúncias de seu envolvimento no suposto esquema de "mensalão" no Congresso Nacional. Ao discursar para um plenário lotado por parlamentares e militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), que ocuparam as galerias da Câmara, o ex-ministro disse que retorna ao Congresso para servir ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao PT e à Casa - e garantiu estar disposto a esclarecer todas as denúncias do suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares e de corrupção na administração federal. "Volto para ir ao Conselho de Ética da Câmara, à Corregedoria, para prestar todos os esclarecimentos necessários", afirmou.
Dirceu disse que a sua vida "sempre foi pública", e ressaltou que em 40 anos de vida política nunca sofreu qualquer processo na Justiça. "Não sou réu, não respondo a um só processo". O ex-ministro disse estar honrado de ter servido ao governo do presidente Lula, e garantiu não se "envergonhar" em nenhum momento da política de alianças adotada pelo governo. "Para governar o país, era necessário fazer alianças".
O deputado defendeu a aprovação da reforma política pelo Congresso, e disse que vai trabalhar para que a Câmara conclua a votação da matéria. "Volto para defender o meu governo, o PT e meu mandato". Dirceu negou as criticas de que teria ocupado uma posição radical na Casa Civil em relação ao diálogo com os partidos aliados e da oposição. "Isso não é verdade. Não rompi com a oposição e radicalizei no governo".
Dirceu apresentou aos parlamentares resultados que considera mais do que positivos do governo federal, especialmente na área econômica. "O Brasil voltou a crescer, a criar empregos, é menos dependente economicamente. O país tem consistência em seu programas sociais". Segundo o ex-ministro, o seu mandato na Câmara será de debate com a oposição para que os números positivos do governo possam ser apresentados de forma clara. "Servi 30 meses nesse governo que está fazendo esse programa (de governo) que o povo brasileiro escolheu em 2002. Estamos aqui para buscar consenso. Quando não conseguirmos, vamos para o voto".