Luciana Vasconcelos e Christiane Peres
Da Agência Brasil

Brasília - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirma que o depoimento do chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, foi "superficial" e "generalista".

"Estamos com uma idéia norteada no sentido de uma auditoria, aí vamos investigar todos os contratos, todas as licitações, todas as diretorias. Agora, o que precisamos dele é que seja mais concreto", acrescentou. Para ele, o discurso de Marinho foi uma tática de defesa, "atirando" em todo mundo, sem apresentar provas concretas. "Continuamos achando que ele está escondendo a verdade", ressaltou.

Durante depoimento na manhã de hoje (22), Marinho citou uma lista de contratos para a CPI investigar. Para Serraglio, ele foi imprudente na forma de passar a relação. "Quem ouve pensa que todas aquelas firmas que foram nominadas, todas aquelas diretorias que foram indicadas estão sob suspeita. Nós temos a obrigação de investigar, mas ele tinha a obrigação de esclarecer, ainda mais depois daquele teatro todo que parecia que ele ia nos dar um rumo", afirmou.

Para o presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), existem muitas divergências no depoimento. "Temos divergências nas gravações, nos depoimentos de ontem para hoje, no inquérito da Polícia Federal. Tanto é que vamos montar uma matriz para fazer uma comparação dos depoimentos. Então, não podemos tirar ainda nenhuma conclusão", disse.

O deputado Maurício Rands (PT-PE) afirma que Maurício Marinho, ao apresentar a lista de contratos, esteja querendo desviar as atenções. "Temos que investigar os contratos, mas não podemos deixar de investigar o que ele falou na fita", disse.

Em uma gravação, Marinho foi flagrado recebendo R$ 3 mil e revelando um suposto esquema de corrupção nos Correios envolvendo o PTB.