Depoimento de Marinho à CPI dos Correios durou 12h

22/06/2005 - 20h08

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Durou cerca de 12 horas o depoimento do ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) Maurício Marinho à comissão parlamentar mista de inquérito mista (CPMI) que investiga denúncias de corrupção na estatal. Marinho começou a depor ontem (21) à noite e só terminou hoje (22), por volta de 19 horas.

O depoimento foi marcado por uma série de contradições. De manhã, os advogados do ex-funcionário dos Correios abandonaram o caso, alegando que Marinho não estava relatando o que havia sido combinado. A partir daí, o depoimento tomou outro rumo e Marinho citou uma série de contratos da estatal que, para ele, podem conter irregularidades.

O presidente da CPMI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que todos os contratos citados por Marinho serão analisados pela comissão. Ele ressaltou que muitos dos contratos já foram investigados pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União e que o resultado das investigações já está com a CPMI.

Delcídio afirmou que identificou muitas contradições entre o que foi relatado por Maurício Marinho à CPMI e o que ele disse à Polícia Federal.

Os parlamentares que integram a comissão não descartam a possibilidade de reconvocar Marinho para depor, na condição de testemunha, em sessão secreta. Como testemunha, ele será obrigado a prestar juramento de só falar a verdade, sob pena de sair preso do Congresso Nacional.