Babá quer pedir à PF para investigar suposta corrupção no Pará

14/06/2005 - 21h14

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O deputado João Batista Oliveira, o Babá (Psol-PA), que revelou o suposto esquema de exploração ilegal de madeira no Pará, disse em entrevista à Agência Brasil, que pedirá à Polícia Federal que investigue o caso. Ele deve entregar duas fitas com a gravação do suposto esquema, além de documentos que atestam a irregularidade na concessão de autorizações para o desmatamento.

"Ele – o cara do Sindicato dos Reflorestadores (Sindflorestas) – me enviou um documento interno do Ibama que chegou às mãos dele revelando que a investigação do Ibama na área mostrou que as autorizações de desmatamento dadas eram totalmente irregulares", disse Babá.

O deputado do Psol disse também que as Autorizações para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs) fornecidas pelo Ibama são frágeis e facilitam a venda de autorizações. "O problema é que essas ATPFs são um processo de fiscalização muito débil. As formas como elas são feitas não dão segurança alguma."

Para o deputado federal Zé Geraldo (PT-PA), então acusado de participar do esquema de corrupção, o deputado Babá "está se aproveitando do momento político" e que as denúncias foram motivadas por empresários madeireiros revoltados com a ação do Ibama e do atual governo.

O presidente do Sindiflorestas, Mário Rubens, reuniu-se com o deputado estadual Airton Faleiro (PT-PA) – outro acusado – hoje e negou que teria entregado qualquer documento que citasse o deputado Zé Geraldo.

A denúncia cita ainda três candidatos a prefeito: Paulo Medeiros, candidato à prefeitura de Uruará; Chiquinho do PT, em Anapú, e Lenir Trevisan, atual prefeita de Medicelândia – mulher do deputado Zé Geraldo. Os três teriam recebido R$ 300 mil em doações de fazendeiros durante a campanha eleitoral do ano passado.