Trabalhadores dos Correios ameaçam entrar em greve caso a Justiça quebre o monopólio da empresa

14/06/2005 - 12h59

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) prometem paralisar as atividades na próxima quinta-feira (16), em todo o país, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) seja favorável à ação contra o monopólio postal da estatal. A ação foi ajuizada pela Associação Brasileira das Empresas de Distribuição (Abraed) e deve ser julgada pelos ministros do STF amanhã (15). O relator da ação é o ministro Marco Aurélio Mello.

Para tentar pressionar os ministros dos STF, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect), organizou uma série de mobilizações. Amanhã, a partir das 9h, os funcionários realizam um ato público em frente ao Supremo, com distribuição de carta aberta em defesa do Correio público e de qualidade e contra a quebra do monopólio postal. A sessão do plenário do STF está prevista para começar às 14h.

Na avaliação do secretário de Administração e Finanças da federação, Roberto Prado, o fim do monopólio postal representaria um passo rumo à privatização dos Correios e abriria caminho para que empresas privadas nacionais e estrangeiras atuassem no setor. "Seria uma privatização dos Correios, com uma privatização geral do mercado postal brasileiro", ressaltou o secretário. A Fentect é uma entidade nacional que representa, segundo Prado, os cerca de 109 mil funcionários da empresa em todo o país.

Outra estratégia da Fentect é tentar sensibilizar parlamentares no Congresso. Hoje (14) à tarde, representantes da federação vão distribuir a carta aberta nos gabinetes de deputados e senadores e vão tentar marcar audiências com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE).