Polícia ouve empresário suspeito de ser mandante da gravação nos Correios

14/06/2005 - 10h56

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O empresário Arthur Washeck Neto, apontado como mandante da gravação que mostra esquema de corrupção nos Correios, deve prestar depoimento esta tarde (14) na sede da Polícia Federal e amanhã (15), pela manhã, ao Ministério Público. Washeck se apresentou ontem à tarde à Polícia Federal por conta própria, mas não foi ouvido pelo delegado responsável pelo caso, Luís Flávio Zampronha.

De acordo com o advogado de Washeck, Paulo Ornelas, seu cliente entregou a fita à diretoria dos Correios logo que soube da gravidade dos fatos. "Tão logo foi gravada, Arthur sentiu a gravidade do caso e encaminhou à diretoria da empresa".

Ainda segundo o advogado, a gravação teria sido entregue à imprensa, sem a autorização de Arthur, por Jairo Souza Martins. O Arthur "jamais entregou ou vendeu esse fita à imprensa e nunca deu aval para que Jairo a entregasse", disse Ornelas.

A Polícia Federal acredita que o motivo que levou à gravação da fita teria sido uma disputa comercial, e não política. Washeck, dono de uma empresa que fornecia material de saúde e informática para os Correios, estaria com dificuldades em negociações com a empresa.

O advogado Joel Santos Filho - que confessou ter participado da gravação - afirmou que Arthur Washeck teria contratado Jairo Souza Martins para fornecer a maleta com o equipamento de filmagem.