Rio, 14/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, chamou de especuladores os donos de postos de combustíveis de alguns estados brasileiros que elevaram os preços do gás natural veicular (GNV) por causa da crise na Bolívia. "É claramente um movimento especulativo de donos de postos, porque não há nenhum motivo para aumentar gás, já que não houve aumento no produto", afirmou José Eduardo Dutra.
Em São Paulo, Santa Catarina e Bahia os motoristas estão pagando mais caro pelo combustível. De acordo com pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do metro cúbico do combustível no país aumentou 1,6% entre os últimos dias 5 e 11, passando de R$ 1,091 para R$ 1,108.
O maior aumento foi registrado em São Paulo, onde os consumidores pagam em média R$ 1,067 pelo metro cúbico de GNV, contra R$ 1,031 pagos entre os dias 29 de maio a 4 de junho. Na Bahia, que nem recebe o gás boliviano, o aumento foi de 2,2% no preço médio do combustível, que passou de R$ 1,158 para R$ 1,183. Já no Rio de Janeiro o valor médio do metro cúbico do GNV caiu de R$ 1,059 para R$ 1,058 no mesmo período.
Ao participar da solenidade de lançamento do segundo processo de seleção pública do Programa Petrobras Fome Zero, José Eduardo Dutra afirmou que a estatal continua trabalhando num plano de contingenciamento, enquanto a situação na Bolívia não se normaliza. E lembrou que os grandes consumidores industriais têm condições de substituir a gás natural por outro combustível, no caso de corte de fornecimento pela Bolívia. Mas ressalvou que o consumo de gás nas residências está garantido.