Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Apenas uma das cinco medidas anunciadas hoje pelo presidente Lula com o objetivo de melhorar a qualidade da educação no país não terá que passar pelo Congresso Nacional. É a que reserva vagas nas escolas federais de educação profissional e tecnológica para alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), criada por portaria.

O ministro da Educação, Tarso Genro, mostrou preocupação com a possibilidade de que as recentes denúncias de corrupção investigadas pelos parlamentares atrasem a votação desses projetos. Segundo o ministro, o próprio presidente Lula pediu prioridade na votação desses projetos ao presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE).

"Nós temos a convicção que, independentemente do momento político que estamos passando, o Congresso vai ter sensibilidade", afirmou o ministro. Tarso Genro disse que espera a aprovação da proposta do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) ainda este ano.

Em seu discurso, Lula também pediu o apoio dos parlamentares para aprovação do pacote de medidas, que inclui uma proposta de emenda constitucional, dois projetos de lei e uma medida provisória. "Agora, vamos precisar da colaboração, que não nos tem faltado, dos deputados e senadores que, certamente, examinarão com muito critério e presteza as medidas que estamos enviando", disse o presidente. "Se tiver que mudar alguma coisa, pelo amor de Deus, que mudem para melhor e não para pior", acrescentou.

Tarso Genro disse que as medidas anunciadas hoje serão responsáveis por um "deslocamento de renda e poder", ao promover a inclusão educacional da população de baixa renda. "Educação com qualidade gera desconcentração de renda e também gera novas relações de poder, pois as pessoas educadas não são conduzidas facilmente pela troca de favores e pelo clientelismo", explicou o ministro.