Mercadante diz que não vai aceitar imposição de nomes para CPI dos Correios

14/06/2005 - 11h57

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que a base governista não vai aceitar imposição sobre os nomes do presidente e relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. "Estamos nos esforçando para encontrar solução", afirmou. "Vamos sentar com oposição, mas não vamos aceitar nenhuma imposição. Só construiremos saída negociada se houver de fato, disposição de acordo."

A reunião da CPMI para escolha do presidente e relator marcada para esta manhã foi transferida para 19h, após a ordem do dia das duas casas. Os partidos de oposição (PSDB, PFL e PDT) indicaram o senador César Borges (PFL-BA) para um dos cargos, e a base aliada apresentou os nomes do deputado Osmar Cerraglio (PMDB-PR) e do senador Delcído Amaral (PT). A base não aceitou o nome de Borges, e quer chegar a um acordo com a oposição para outro nome. O senador César Borges (PFL-BA) disse que não há porque temer sua indicação. "Não tem porque o governo me temer. Na verdade, o governo quer pessoas maleáveis para que possam influenciar a condução dos trabalhos e os resultados da CPI."

O líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL), acredita que será difícil chegar a um acordo. "É muito difícil um acordo aceitando o veto de um senador. O que o governo fez foi adiar a eleição porque ele não sabe com que roupa vai estar depois do depoimento do Roberto Jefferson", afirmou. Mercadante disse que os partidos com maioria na Câmara (PT) e com maioria no Senado (PMDB) têm direito a indicar o presidente e relator. Se não for feito acordo, a decisão será por meio do voto. Neste caso, o governo tem vantagem, pois dos 32 membros, 10 são filiados a base governista.

Colaboração de Marcela Rebello