Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), defendeu-se publicamente, há pouco, da acusação de que seria um dos parlamentares que efetivavam o pagamento do "mensalão" a membros de sua bancada. Exaltado, Mabel disse que não admite a acusação, feita na tarde de hoje pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara.
"Eu venho de família pobre, mas honrada. Não vou escutar sentadinho o deputado fazer teatro para o Brasil. Já carreguei saco de farinha nas costas e não ganhei a vida fácil", disse Sandro Mabel. Depois de afirmar que Jefferson deveria ganhar o "Oscar da Mentira", o parlamentar goiano contestou a informação de que Jefferson recebeu R$ 4 milhões do PT para financiar campanhas de candidatos do PTB nas eleições municipais de 2004.
De acordo com Mabel, o próprio presidente do PTB havia negado o recebimento do dinheiro em setembro de 2004 no site oficial do partido. Mabel disse também que Jefferson teve pelo menos seis encontros com o presidente Lula ao longo do ano passado, quando poderia ter revelado a existência do suposto "mensalão", o esquema de pagamento de mesada pelo PT a deputados do PP e do PL em troca de apoio ao governo.
No depoimento ao Conselho de Ética, Jefferson disse que não se aproximou antes do presidente para denunciar o esquema porque Lula estava "blindado" por ministros.
Mabel e Jefferson bateram boca, e o líder do PL leu, no plenário da Conselho de Ética, o resultado de votações realizadas após o fim do suposto esquema do "mensalão", mostrando apoio ao governo tanto do PL e do PP quanto do PTB.