Indústria têxtil teme redução nas exportações devido ao câmbio, diz sindicalista

14/06/2005 - 18h03

Rio, 14/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - As exportações da indústria têxtil brasileira podem ser prejudicadas pela desvalorização da moeda norte-americana, após o recorde atingido no ano passado, com vendas de US$ 2,080 bilhões. O alerta foi feito pelo vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado do Rio de Janeiro, Antonio César Berenguer de Bittencourt Gomes, durante a 6ª Bolsa de Negócios da moda primavera/verão 2006 (Fashion Business), no Museu de Arte Moderna.

Berenguer destacou, porém, que esse quadro não está sendo delineado no curto prazo graças ao algodão, cuja produção tem atingido recordes, com preço barato, o que ajudou a manter a competitividade internacional. Ele estimou que os embarques de produtos brasileiros para o exterior deverão crescer em cerca de 10% neste ano, enquanto a projeção anterior era de crescimento de até 30%.

Os investimentos do setor têxtil em modernização (aquisição de máquinas), segundo Berenguer, chegaram a US$ 1 bilhão/ano. A redução de 54% registrada nos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a indústria de fiação e tecelagem nos cinco primeiros meses do ano decorreu, ainda de acordo com o sindicalista, de dois fatores: "Sazonalidade e câmbio, que é o maior inibidor do investimento no Brasil".