Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O advogado Joel Santos Filho, que confessou ter participado da gravação da fita que deu origem às denúncias de corrupção nos Correios, afirmou há pouco à imprensa que a intenção era "produzir uma prova material mostrando efetivamente que o Marinho estava praticando atos de corrupção".
Joel afirma ter sido convidado pelo empresário Arthur Washeck, suposto mandante da gravação, cuja empresa fornecia material aos Correios. "O Arthur nunca fez menção a partidos políticos". Na gravação, o ex-diretor do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, fala de um suposto esquema de favorecimento de empresas em licitações da estatal.
Ele afirmou ainda que se encontrou, há pouco mais de uma semana no Hotel Gloria, em Brasília, com o militar da reserva da Marinha Arlindo Molina e com Arthur Washeck. Molina está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Joel Santos disse não acreditar que Arthur Washeck tenha divulgado a gravação para a imprensa. "O Arthur é meu amigo, e um amigo não trai o outro". O advogado de Arthur Washeck, Paulo Ornelas, afirmou ontem (13) que seu cliente entregou a fita à diretoria dos Correios logo que soube da gravidade dos fatos. Ainda segundo o advogado de Washeck, Jairo Martins - responsável pelo equipamento de filmagem - teria encaminhado a fita à imprensa, sem a autorização de Arthur.
"Se eu soubesse que era para a imprensa, jamais teria feito. O objetivo era entregar a fita ao Antônio Osório", disse Joel. Antonio Osório Batista era diretor de Administração dos Correios e pediu afastamento logo após a denúncia. "Acho que Arthur não sabia que Osório fazia parte do esquema".
Na gravação, Maurício Marinho cita nomes de pessoas que também estariam envolvidas no esquema de propina, entre eles do ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Batista, do assessor da Diretoria de Administração da estatal, Fernando Godoy, e do presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), deputado Roberto Jefferson (RJ).