Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - A greve dos servidores federais no Rio Grande do Sul recebeu hoje (14) o reforço de funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A decisão foi tomada em assembléia realizada ontem (13) em Porto Alegre.
Segundo o presidente da Associação dos Servidores do Instituto, Décio Machado Monteiro, com a paralisação dos servidores da sede do Incra, em Porto Alegre, a única no Estado, "apenas os serviços essenciais, como o atendimento a situações de conflitos, continuarão a ser oferecidos". Ele informou também que serão cancelados serviços como atendimento ao público, vistorias, cadastro de imóveis rurais e certidões para aposentadoria rural.
Monteiro destacou que a base da pauta de reivindicações é a mesma de 2004, quando a categoria ficou aproximadamente 30 dias em greve: reposição salarial de 18%, realização de concurso público e elaboração de plano de carreira. "Os servidores também querem melhorias na estrutura dos assentamentos e reformulação dos índices de produtividade, defasados há quase 30 anos", destacou.
Com essa adesão, chegam a 11 os órgãos federais paralisados no Estado que inclui a Delegacia Regional do Trabalho; os Ministérios da Agricultura, da Saúde e da Fazenda; a Advocacia-Geral da União, além de sedes das Fundações nacionais de Saúde (Funasa) e do Índio (Funai).
No Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) apenas as perícias médicas agendadas antes da greve são realizadas em Porto Alegre e em vários municípios gaúchos. Ontem, a Superintendência do INSS enviou relatório ao Ministério Público Federal para verificação do cumprimento da lei de greve, pela qual 30% dos funcionários devem estar trabalhando.
Segundo a superintendente substituta, Flávia Bello, das cem agências do estado, 18 estão fechadas. Ela disse que a maior demanda é de auxílio-doença. "Como o encaminhamento pode ser feito pela Internet, não há tanto prejuízo", destacou Flávia, lembrando que o site é www.previdência social.gov.br
Segundo o Sindicato dos Servidores Federais no Estado (Sindiserf/RS), os funcionários do setor administrativo da Polícia Rodoviária Federal da capital gaúcha decidiram parar amanhã (15), por 24 horas. O Sindiserf, informou ainda, que nesta terça-feira o Instituto Nacional de Ibama promove assembléia para decidir se também entra em greve. A paralisação dos servidores federais gaúchos já inclui a Delegacia Regional do Trabalho; os Ministérios da Agricultura, da Saúde e da Fazenda; a Advocacia-Geral da União, além de sedes das Fundações nacional de Saúde (Funasa) e nacional da Funai de Passo Fundo.
Para a quarta-feira, a mobilização prevê uma caminhada desde o prédio da Receita Federal até o centro de Porto Alegre, onde os grevistas prometem realizar um abraço simbólico no antigo prédio do correio. A concentração inicia às 14 horas diante do prédio da Receita Federal.
